Tuesday, November 4, 2008

I will be watching you...

e não serei a única.

I Did Not Die
Do not stand at my grave and forever weep.
I am not there;
I do not sleep.
I am a thousand winds that blow.
I am the diamond glints on snow.
I am the sunlight on ripened grain.
I am the gentle autumn's rain.
When you awaken in the morning's hush
I am the swift uplifting rush
Of quiet birds in circled flight.
I am the soft stars that shine at night.
Do not stand at my grave and forever cry.
I am not there.
I did not die.

(Melinda Sue Pacho)

Friday, October 24, 2008

Em defesa do gosto musical

Já todos nos divertimos a traduzir letras de músicas estrangeiras, para depois de algumas gargalhadas percebermos que são tão ou mais ridículas do que as mais pimba das nossas canções.
Recordemos a “Angel” do Robbie Williams. Não é um bom exemplo? E a tão conceituada “My girl”, dos Temptation?
Serve esta conversa toda para justificar - perante aquelas que um dia me gozaram (e felizmente continuarão a gozar) - porque é que não consigo deixar de gostar de algumas bandas portuguesas, sobretudo das suas letras.

Fica aqui um dos alvos de chacota. Ainda que neste caso a letra seja "levada ao colo" por uma voz irresistivelmente rouca.

Saturday, August 16, 2008

Thursday, July 31, 2008

Um dia aprendo a caçar borboletas. Hoje é o dia?

"- Se eu nada fizer, nada existirá.
- Mas, se fizeres, poderá existir. Ou não.
- Sempre a inexistência tem mais força? - pergunto.
Mas não particularmente a ela.
- É a Graça, Gabriela - diz. Um dom.
E escreve no seu caderno: «um dom vem colocar-se ao lado do meu fazer para o proteger do nada».

(...)

Há naquela frase - a que está escrita no caderno - , a disposição de um combate.

(...)

Passa uma borboleta entre nós.
Não apanhar com a mão uma borboleta (penso) é tornar forte a regra que se estabeleceu nela.
- Que regra?
- Não se deitar fora a si própria, Teresa."

Maria Gabriela Llansol
in Ardente Texto Joshua

Thursday, July 24, 2008

Fora de brincadeiras

Uma das crianças está de pé, com os braços abertos e pernas afastadas, ou juntas, conforme se sentir mais apoiada. A outra está um passo e meio à frente, de costas para a primeira.
Segue-se a parte da acção. Sem olhar para trás a segunda deixa-se cair, porque a primeira está pronta a recebê-la, evitando a queda.
Hakuna Matata, sem problemas. Tolera-se um friozinho na barriga, uma espécie de vertigem de hesitação; mas não vale (mesmo) olhar para trás.

Entre as várias brincadeiras que se ensinam às crianças, esta é provavelmente
a mais romântica, e certamente das mais difíceis. Mas apenas para quem assiste.
Convencer um companheiro a deixar-se cair, ao mesmo tempo que nos convencemos de que somos capazes de o segurar, é coisa que entre crianças até se resolve de forma simples, caso o jogo corra mal.

- Então pah, tás parvo ou quê?

- Pah, tu é que caíste depressa demais, e ainda por cima és pesado!


mais um empurrãozito ou outro e um balanço final de cotovelos esfolados e umas nódoazitas negras nas costas.

Afinal, a verdadeira dificuldade surge quando já não é altura para brincadeiras, e a fasquia aumenta. O peso também.
E aquela vertigem de hesitação é agora enorme, de ambos os lados.

«Não posso exigir que ele aguente com o meu peso»

«Não posso garantir que estou preparado para evitar a queda»

- O melhor é não jogarmos ao jogo romântico.


Convenhamos, fora de brincadeiras: não se trata de quilos a mais.
Estamos todos parvos, ou quê?

Friday, July 11, 2008

Devia ser como no cinema...



Mas esta viagem tem muito mais de 100 minutos e o roteiro vai-se (re)fazendo. Pode, sim, tornar-se complexo (e vazio) o conceito de happy ending.
A cada tentativa de o roubarmos ao cinema.

Wednesday, July 2, 2008

Mencionar um texto como exemplo de autoridade; citar


"- Como estás?
é uma bela questão. Normalmente respondo
- Sei lá
porque não gosto de mentir. E sei lá de facto. Umas vezes estou redondo, outras quadrado, outras cheio de picos, outras liquefeito, outras não estou sequer: deslizo por aí armado em nuvem.
- Como estás?
e é impossível responder
- Deslizo por aí armado em nuvem (...)".


António Lobo Antunes in Visão

8 de Fevereiro de 2008

Tuesday, July 1, 2008

(...)


"há uma palavra mágica que se diz. essa palavra


é sempre diferente. montanha, precipício, brilho.


essa palavra pode ser um olhar. a voz. um olhar.


essa palavra pode ser o espaço de silêncio onde


não se disse uma palavra. brilho, ...........,montanha.



essa palavra pode ser uma palavra, qualquer palavra.


há uma palavra mágica que se diz. há um momento.


depois dessa palavra, só depois dessa palavra,


pode começar o amor."


José Luís Peixoto
A Casa, a Escuridão.



Havia qualquer coisa de irritante neste poema, sem que isso me impedisse de o recordar.

A palavra que lhe dá o título: Encantamento.

Mas se há sempre uma palavra mágica - e cada um de nós pode defender a sua - sugiro entendimento.


Do silêncio, dos olhares, dos gestos. Meus e de quem me conhece, decifra e de certa forma - porque é sempre de uma certa forma que falamos - compreende. E vice-versa, ou não.

Pode não ser a mesma palavra.

Há qualquer coisa de irritante neste poema, sem que isso me impeça de o recordar. Assim, de vez em quando.

Wednesday, June 25, 2008

Saturday, June 21, 2008

Por que é que O sexo e a cidade é um filme para mulheres, ou melhor, gajas.


É um filme aspirina, como se diz de alguns livros. Talvez.
Não acrescenta muito (ou nada) à série de televisão. Provavelmente .
«É um episódio de longa-duração», escreveu um crítico. Confere.
Enche as salas de cinema (de mulheres mas também de homens) - e em duas semanas bate a audiência do Indiana Jones. Certamente.
E porquê?
O que há de especial em quatro amigas nova-iorquinas que discutem o que bem lhes apetece, mesmo que tenham de usar um código perante uma intrusa recente e ainda inexperiente?
E por «o que bem lhes apetece» entenda-se, muita vezes, sexo, homens e roupas. E malas, e sapatos…e homens outra vez.
Uma cronista que escreve para a Vogue. Não é para o New York Times, nem para o The Guardian. É para a Vogue.
Quatro mulheres que tagarelam na companhia de um cocktail, que viajam juntas, que preenchem uma tarde a fazer desfiles de vestidos na casa de uma, que passam a noite da véspera do casamento de uma delas a conversar em cima da cama. Que telefonam umas às outras porque se sentem sozinhas na passagem de ano. Que atravessam meia cidade para passar a meia-noite com a amiga recém-separada.
O que há de especial nestas 4 mulheres? O facto de serem uma versão exagerada de todas as outras, mas com malas Louis Vuitton e sapatos Manolo Blahnik. Gostávamos todas de ser - nem que fosse só - «um bocadinho assim».
Se são fúteis e desinteressantes? Tanto como 10 amigos que em frente a uma televisão vibram com 22 homens à luta por uma bola. Menos do que 10 amigos em campeonatos intermináveis de PES na playstation.

(quem não viu e vai ver não leia esta parte)


O filme necessariamente acaba bem. Porque um filme para mulheres, ou melhor, gajas, não pode acabar mal.
Não sem que se antes se estreie um par de sapatos que custaram 525 dólares.
Pelo menos assim o é no mundo dos filmes. Destes que derivam das séries, e que alguns dizem não ser cinema.

Vai um pezinho de dança?



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Wednesday, June 18, 2008

E surgem as primeiras consequências

O supremo tribunal italiano confirmou a condenação a quatro meses de prisão para um Carabinieri italiano, por este ter tido um caso extra-matrimonial.

O militar em questão, cujo nome não foi divulgado, tinha recebido ordens de um superior para acabar com a relação, mas reagiu de forma agressiva, o que motivou o caso.~

fonte: RR

Tuesday, June 17, 2008

Carabinieri na linha


Carabinieri proibidos de terem relações extra-conjugais
O Supremo Tribunal Italiano acaba de decidir que os carabinieri, a força militarizada equivalente a GNR portuguesa, não podem ter relações extra-conjugais. O tribunal respeita a vida privada dos paramilitares, mas entende que uma relação extraconjugal pode manchar a honra de uma força que se quer à prova de qualquer ataque. De resto, o lema dos carabinieri, é mesmo fieis ao longo dos séculos.
fonte: Rádio Clube
Curiosamente, não encontrei a notícia nos jornais online italianos.

Sunday, May 18, 2008

Humor britânico (2)



O cão da primeira montra levanta e abana a cabeça; a janela do fiat serve pizzas.
Dois pormenores do bairro de Notting Hill.

Humor britânico (1)

Putney, Londres, 3 de Maio de 2008

Thursday, May 1, 2008

The take away coffee




As primeiras impressões marcam por várias razões, mas uma delas será provavelmente a de estarmos terrivelmente mais atentos.

17h do dia 29 de Abril, hora do primeiro passeio em Londres: do Big Ben a Trafalgar Square na companhia de um incómodo trolley.

Há pouco espaço nos passeios, cheios de estudantes de fato às riscas e cabelo espetado. Em menos de dez minutos passo por dois monumentos alusivos às guerras mundiais.

Nas esquinas distribuem-se os jornais gratuitos vespertinos - agarro num The London Paper.

Segue-se uma tentativa falhada de visitar a National Gallery: não há cacifos para trolleys incómodos.

Rendo-me a um cappuccino num dos muitos cafés do género, sentada num banco alto junto a um balcão corrido com vista para a rua.
Já chove.
E o copo que me aquece a mão direita é de cartão com tampa de plástico - qual série de tv.

«Tonight don't forget your umbrella», diz a nota de primeira página. Não viria a seguir o conselho durante toda a estadia.

Estranho ritual este de ler o jornal ao final da tarde.

I like London.

Wednesday, April 23, 2008

Escolha múltipla

Se houvesse quem de fora me disesse o que é isto, se brincamos...!
Como quem brinca à apanhada. Ou melhor, às escondidas.
(Sempre tive mais jeito para as escondidas)
Importas-te que seja assim?

E o que interessa que te importes, se não há ninguém que de fora arbitre o jogo?
Assim continuemos a fingir que não brincamos, já temos idade para coisas sérias.

Como dizes, se a bola estava fora? O que disse o árbitro, doçura, não foi que estava dentro? Sabes, a bola deixa marca em terra batida.

Ora pois, não discutamos o óbvio; há coisas mais importantes.

E se houvesse quem de fora te dissesse, encontravas-me?

Nunca gostei dos testes de escolha múltipla - aqueles das revistas só para miúdas.
(Sempre tive mais jeito para as escondidas).

Friday, February 1, 2008

Clara como a água

fotografia de João Pádua

«Se por falar falei, pensei que se falasse era fácil de entender...»

Thursday, January 31, 2008

Tomem lá um bombom (melhor) para abrir o jornal

9 de Janeiro de 2008: José Sócrates diz não ao referendo do Tratado de Lisboa.
No dia seguinte, é anunciada a decisão de Alcochete para o aeroporto.

Vinte dias depois, há um relatório da Reprieve que anuncia o envolvimento do país na transferência de prisioneiros para Guantánamo, através dos chamados "vôos da CIA".
A notícia é dada de manhã...à tarde José Sócrates anuncia a demissão de Correia de Campos e Isabel Pires de Lima.

What else?

Tuesday, January 22, 2008

Nomeações daqui a nadinha

Nas salas de cinema fechei 2007 assim







E entrei em 2008 com



Entretanto já espreitei o que se diz ser candidato a melhor filme...



e faltou-lhe...

um bocadinho assim.