Estava prevista uma noite de estudo. Ou melhor, o bom senso ditava que ficasse em casa. Eis senão quando o Samsung toca, e um dos mais acérrimos defensores das prioridades académicas que conhece chuta a seguinte pergunta: «consegues estar na Gulbenkian em 10 minutos?»
Não conseguiu, chegou 10 minutos atrasada. Mas o homenzinho de cabelos brancos e óculos lá estava à porta do grande auditório, com o seu bilhete na mão.
«É meu», disse-lhe com um ar atrapalhado, como que reconhecendo o papel de quem recebe os atrasados.
«Maria? Muito bem, receba a folha do dia, suba as escadas e entre na porta à sua direita.»
«Terceira fila a contar da entrada para baixo, ao centro»- dizia a mensagem. Mas a entrada tinha sido outra, a de cima, e portanto ficaram em terceiras filas diferentes.
O espectáculo? Um filme: “It’s a Wonderful Life”. Só tinha visto algumas partes, usadas noutros tantos filmes para ajudar a montar um cenário natalício.
Recuso-me a contar a história, arranjem maneira de o ver (mesmo que percam os primeiros 10 minutos). Prometo: um herói muito real, daqueles que também têm ataques de fúria, e que quase desistem; cenas genuinamente divertidas, como o embaraço de Mary quando lhe cai o roupão; um vilão muito, mas muito irritante; e a vontade de dizer, citando fonte familiar -«Ca ganda filme!».
Valeu muitas fugas ao bom senso. A juntar ao Ayrton, que da experiência de um ano inteiro deitado numa cama de hospital ditou que o Natal tinha sido “fixe”, e que o do próximo ano vai ser ainda melhor. Dois estalos na cara na mesma semana, mas daqueles que sabem muito bem.
«Point me in the right direction». Grazie mille!
Não conseguiu, chegou 10 minutos atrasada. Mas o homenzinho de cabelos brancos e óculos lá estava à porta do grande auditório, com o seu bilhete na mão.
«É meu», disse-lhe com um ar atrapalhado, como que reconhecendo o papel de quem recebe os atrasados.
«Maria? Muito bem, receba a folha do dia, suba as escadas e entre na porta à sua direita.»
«Terceira fila a contar da entrada para baixo, ao centro»- dizia a mensagem. Mas a entrada tinha sido outra, a de cima, e portanto ficaram em terceiras filas diferentes.
O espectáculo? Um filme: “It’s a Wonderful Life”. Só tinha visto algumas partes, usadas noutros tantos filmes para ajudar a montar um cenário natalício.
Recuso-me a contar a história, arranjem maneira de o ver (mesmo que percam os primeiros 10 minutos). Prometo: um herói muito real, daqueles que também têm ataques de fúria, e que quase desistem; cenas genuinamente divertidas, como o embaraço de Mary quando lhe cai o roupão; um vilão muito, mas muito irritante; e a vontade de dizer, citando fonte familiar -«Ca ganda filme!».
Valeu muitas fugas ao bom senso. A juntar ao Ayrton, que da experiência de um ano inteiro deitado numa cama de hospital ditou que o Natal tinha sido “fixe”, e que o do próximo ano vai ser ainda melhor. Dois estalos na cara na mesma semana, mas daqueles que sabem muito bem.
«Point me in the right direction». Grazie mille!