Não é bem medo, não te sei explicar.
Lembras-te de quando eras pequenino e a tua mãe te pegava na mão quando tinhas de ir às “picas”?
É mais ou menos isso.
Sabes quando o R resolve atirar-se feito herói, mesmo em frente a um daqueles bem encarnadinhos?
Está lá perto.
Recorda aqueles jogos estúpidos em que tinhas de pensar na pior coisa que te podia acontecer, para ver se choravas.
Pronto, não vás por aí, é mesmo estúpido.
Imagina que tens vertigens e um engraçadinho resolve fingir que te vai empurrar da varanda.
Ou que voltas a ter aquele pesadelo que acaba sempre da mesma maneira, sem nunca saberes o fim.
Ou que estás num labirinto muito giro mas não tens jeito nenhum para estas brincadeiras da orientação.
Não é bem medo. É mais pânico.
E é tão estúpido quanto detestares leite morno e não teres maneira de o aquecer, nem paciência para deixar que arrefeça mais um bocadinho.